Brasília

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Brasília (desambiguação).
Brasília
"Capital Federal"
"Capital da Esperança"
"Cidade-Parque"
"Capital Mundial das Águas"
Da esquerda para a direita: Congresso Nacional do Brasil, Ponte JK, Eixo Monumental, Palácio da Alvorada e Catedral Metropolitana de Brasília.

Da esquerda para a direita: Congresso Nacional do Brasil, Ponte JK, Eixo Monumental, Palácio da Alvorada e Catedral Metropolitana de Brasília.
Bandeira de Brasília
Brasão de Brasília
Bandeira Brasão
Hino
Aniversário 21 de abril
Fundação 21 de abril de 1960 (57 anos)
Gentílico brasiliense
Lema Venturis ventis
"Aos ventos que hão de vir"
Localização
Brasília está localizado em: Brasil
Brasília
Localização de Brasília no Brasil
15° 47' 38" S 47° 52' 58" O15° 47' 38" S 47° 52' 58" O
Unidade federativa  Distrito Federal
Mesorregião Distrito Federal IBGE/2009[1]
Microrregião Brasília IBGE/2009[1]
Região metropolitana Distrito Federal e Entorno
Municípios limítrofes Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Cristalina, Formosa, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto, Padre Bernardo, Planaltina, Valparaíso de Goiás e Cabeceira Grande.
Características geográficas
Área 5 801,937 km² (BR: 259º)[2]
População 2 977 216 hab. (BR: 3º) –  IBGE/2016[3]
Densidade 513,14 hab./km²
Altitude 1171 m[4]
Clima Tropical Aw[5]
Fuso horário UTC−3
Indicadores
IDH-M 0,824 muito alto PNUD/2010[6]
PIB R$ 197 432 059 mil (BR: 3º) – IBGE/2014[7]
PIB per capita R$ 69 216 80 IBGE/2014[7]
Página oficial
Site www.brasilia.df.gov.br

Brasília (AFI[bɾaˈziljɐ]) é a capital federal do Brasil e a sede do governo do Distrito Federal.[8] A capital está localizada na região Centro-Oeste do país, ao longo da região geográfica conhecida como Planalto Central. Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2016, sua população era de 2 977 216[9] habitantes (4 284 676 em sua área metropolitana), sendo, então, a terceira cidade mais populosa do país.[10][nota 1] Brasília é também a quinta concentração urbana mais populosa do Brasil.[13] A capital brasileira é a maior cidade do mundo construída no século XX.[14]

A cidade possui o maior produto interno bruto per capita em relação às capitais (69 216,80 reais),[15] o quarto maior entre as principais cidades da América Latina e cerca de três vezes maior que a renda média brasileira.[16] Como capital nacional, Brasília abriga a sede dos três poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário) e 127 embaixadas estrangeiras.[17] A política de planejamento da cidade, como a localização de prédios residenciais em grandes áreas urbanas, a construção da cidade através de enormes avenidas e a sua divisão em setores, tem provocado debates sobre o estilo de vida nas grandes cidades no século XX. O projeto da cidade a divide em blocos numerados, além de setores para atividades pré-determinadas, como o Setor Hoteleiro, Bancário ou de Embaixadas.

O plano urbanístico da capital, conhecido como "Plano Piloto", foi elaborado pelo urbanista Lúcio Costa, que, aproveitando o relevo da região, adequou-o ao projeto do lago Paranoá, concebido em 1893 pela Missão Cruls.[18] A cidade começou a ser planejada e desenvolvida em 1956 por Lúcio Costa e pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com cálculos estruturais do engenheiro Joaquim Cardoso.[19] Inaugurada em 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek, Brasília tornou-se formalmente a terceira capital do Brasil, após Salvador e Rio de Janeiro. Vista de cima, a principal área da cidade se assemelha ao formato de um avião, porém foi projetada em formato de borboleta.[20][21] A cidade, comumente referida como "Capital Federal" ou "BSB", é considerada um Patrimônio Mundial pela UNESCO, devido ao seu conjunto arquitetônico e urbanístico[22] e possui a maior área tombada do mundo, com 112,5 quilômetros quadrados.[23][24]

A cidade tem um estatuto único no Brasil, já que é uma divisão administrativa distinta de um município legal, como outras cidades brasileiras, semelhante ao que acontece com Washington, DC, nos Estados Unidos, e com Camberra, na Austrália. A palavra "Brasília" é usada como um sinônimo do Distrito Federal como um todo por meio de sinédoque; no entanto, o DF é composto de 31 regiões administrativas, das quais apenas uma é o centro da entidade: a Região Administrativa I, que é basicamente formada pelo Plano Piloto e pelo Parque Nacional de Brasília. Publicações demográficas geralmente não fazem esta distinção e listam a população brasiliense como sinônimo da população do DF, considerando-se o conjunto como uma única entidade. O Distrito Federal, acumula características de município e estado, sendo que as suas outras regiões administrativas, também chamadas "cidades-satélites", não são tratadas como municípios.

Gentílico

"Brasiliense" é o nome que se dá a quem nasceu em Brasília. "Candango" é outro termo utilizado para designar os brasilienses, sendo, originalmente, usado para se referir aos trabalhadores que, em sua maioria provenientes da Região Nordeste do Brasil,[25] migravam à futura capital para trabalhar em sua construção. Uma das vertentes etimológicas diz que o termo "candango" vem do termo quimbundo kangundu, diminutivo de kingundu (ruim, ordinário, vilão). Era o termo usado pelos africanos para designar os portugueses.[26][27]

De acordo com o dicionário Michaelis, "candango" significa: "trabalhador, estudante vindo de fora da região para estabelecimento de residência. Nome com que se designam os trabalhadores comuns que colaboraram na construção de Brasília."[28]

História

Ver artigo principal: História de Brasília

Primórdios

Antes da chegada dos europeus ao continente americano, a porção central do Brasil era ocupada por indígenas do tronco linguístico macro-jê, como os acroás, os xacriabás, os xavantes, os caiapós, os javaés, etc.[29]

No século XVIII, a atual região ocupada pelo Distrito Federal brasileiro, próxima à linha do Tratado de Tordesilhas[30], que dividia os domínios portugueses dos espanhóis, tornou-se rota de passagem para os garimpeiros de origem portuguesa em direção às minas de Mato Grosso e Goiás.[31] Data dessa época a fundação do povoado de São Sebastião de Mestre d'Armas (atual região administrativa de Planaltina, no Distrito Federal).[32]

Em 1761, o Marquês de Pombal, então primeiro-ministro de Portugal, propôs mudar a capital do império português para o interior do Brasil Colônia. O jornalista Hipólito José da Costa, fundador do Correio Braziliense, primeiro jornal brasileiro, editado em Londres, redigiu, em 1813, artigos em defesa da interiorização da capital do país para uma área "próxima às vertentes dos caudalosos rios que se dirigem para o norte, sul e nordeste". José Bonifácio, o Patriarca da Independência, foi a primeira pessoa a se referir à futura capital do Brasil, em 1823, como "Brasília".[33]

Idealização

A pedra fundamental de Brasília, no Morro do Centenário, lançada no ano das comemorações dos cem anos da independência do Brasil, em 1922.
Esboço da cidade de Vera Cruz feito pela Comissão de Localização da Nova Capital Federal.
Plano Piloto de Brasília, projetado pelo urbanista Lúcio Costa.
Construção da Esplanada dos Ministérios em 1959.
Asa Sul em 1964
Eixo Monumental em 11 de junho de 1975.

Desde a primeira constituição republicana, de 1891, havia um dispositivo que previa a mudança da Capital Federal do Rio de Janeiro para o interior do país, determinando como "pertencente à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14 400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal".[34][35] Fato interessante dessa época foi o sonho premonitório do padre italiano São João Bosco, no qual disse ter visto uma terra de riquezas e prosperidade situada próxima a um lago e entre os paralelos 15 e 20 do Hemisfério Sul. Acredita-se que o sonho do padre tenha sido uma profecia sobre a futura capital brasileira, pelo qual o padre, posteriormente canonizado, tornou-se o padroeiro de Brasília.[33]

No ano de 1891, foi nomeada a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, liderada pelo astrônomo Luís Cruls e integrada por médicos, geólogos e botânicos, que fizeram um levantamento sobre a topografia, o clima, a geologia, a flora, a fauna e os recursos materiais da região do Planalto Central. A área ficou conhecida como Quadrilátero Cruls[36] e foi apresentada em 1894 ao governo republicano. A comissão designava Brasília com o nome de "Vera Cruz".[33]

Em 1922, no ano do Centenário da Independência do Brasil, o deputado Americano do Brasil apresentou um projeto à Câmara incluindo entre as comemorações a serem celebradas o lançamento da Pedra Fundamental da futura capital, no Planalto Central.[37][38] O então presidente da república, Epitácio Pessoa, baixou o Decreto 4 494, de 18 de janeiro de 1922, determinando o assentamento da pedra fundamental e designou, para a realização desta missão, o engenheiro Balduíno Ernesto de Almeida, diretor da estrada de ferro de Goiás, com sede em Araguari, em Minas Gerais. No dia 7 de setembro de 1922, com uma caravana composta por quarenta pessoas, foi assentada a pedra fundamental no Morro do Centenário, na Serra da Independência, situada a nove quilômetros de Planaltina.[32]

Em 1954, o marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque foi convidado pelo presidente Café Filho para ocupar a presidência da Comissão de Localização da Nova Capital Federal, encarregada de examinar as condições gerais de instalação da cidade a ser construída. Em seguida, Café Filho homologou a escolha do sítio da nova capital e delimitou a área do futuro Distrito Federal, determinando que a comissão encaminhasse o estudo de todos os problemas relacionados à mudança.[39] A Comissão de Planejamento e Localização da Nova Capital, sob a Presidência de José Pessoa, foi a responsável pela exata escolha do local onde hoje se ergue Brasília.[40]

A idealização do plano-piloto também foi obra da mesma comissão que, em robusto relatório, redigido pelo Marechal José Pessoa, de título "Nova Metrópole do Brasil" e entregue ao Presidente Café Filho, detalhando os pormenores do arrojado planejamento que se realizou.[41]

O marechal José Pessoa não imaginou o nome da capital como Brasília, mas sim Vera Cruz, de modo a caracterizar o sentimento de um povo que nasceu sob o signo da Cruz de Cristo e estabelecendo ligação com o primeiro nome dado pelos descobridores portugueses. O plano elaborado respeitava uma determinada interpretação da história e não descaracterizava as tradições brasileiras. Grandes avenidas chamar-se-iam "Independência", "Bandeirantes", etc., diferentes, portanto, das atuais siglas alfa-numéricas de Brasília, como W3, SQS, SCS, SMU e outras.[carece de fontes?]

Por discordâncias com o presidente Juscelino Kubitschek, o marechal José Pessoa abandonou a presidência da comissão, tendo sido sucedido pelo coronel do exército Ernesto Silva, que era o secretário da comissão. Ernesto Silva, que também era médico, foi nomeado na sequência presidente da Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal (1956) e Diretor da Companhia Urbanizadora da Nova Capital – Novacap (1956/61), tendo assinado o Edital do Concurso do Plano Piloto, em 1956, publicado no Diário Oficial da União no dia 30 de setembro de 1956.[42]

Planejamento e construção

Ver artigo principal: Plano Piloto de Brasília

No ano de 1955, durante um comício na cidade goiana de Jataí, o então candidato à presidência, Juscelino Kubitschek, foi questionado por um eleitor se respeitaria a constituição, interiorizando a capital federal, ao que Juscelino afirmou que transferiria a capital.[43] Eleito, Juscelino estabeleceu a construção de Brasília como "meta-síntese" de seu "Plano de Metas".[44]

O traçado de ruas de Brasília obedece ao plano piloto implantado pela empresa Novacap a partir de um anteprojeto do arquiteto Lúcio Costa, escolhido através de concurso público nacional. O arquiteto Oscar Niemeyer projetou os principais prédios públicos da cidade, que contaram com cálculos estruturais do engenheiro Joaquim Cardoso.[19] Para fazer a transferência simbólica da capital do Rio para Brasília, Juscelino fechou solenemente os portões do Palácio do Catete, então transformado em Museu da República, às 9 da manhã do dia 21 de abril de 1960, ao que a multidão reagiu com aplausos. A cidade de Brasília foi inaugurada no mesmo dia e mês em que ocorreu a execução de Joaquim José da Silva Xavier, líder da Inconfidência Mineira, e a fundação de Roma.[33]

O princípio básico das estratégias políticas de Juscelino Kubitschek, segundo o próprio, era apropriado do moralista francês Joseph Joubert, para quem "não devemos cortar o nó que podemos desatar". Com base nessa máxima, Kubitschek viabilizou a construção de Brasília, oferecendo várias benesses à oposição, criando fatos consumados e queimando etapas. Apesar de a cidade ter sido construída em tempo recorde, a transferência efetiva da infraestrutura governamental só ocorreu durante os governos militares, já na década de 1970. Todavia, ainda no século XXI, muitos órgãos do governo federal brasileiro continuam sediados na cidade do Rio de Janeiro.[45]

Mostra o efeito provocado pelo modernismo da cidade recém-construída a declaração do cosmonauta Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar para o espaço, ao visitá-la em 1961: "Tenho a impressão de que estou desembarcando num planeta diferente, não na Terra".[33]

Alguns dos fatores que mais influenciaram a transferência da capital foram a segurança nacional, pois acreditava-se que, com a capital no litoral, ela estava vulnerável a ataques estrangeiros (argumento militar-estratégico que teve como precursor Hipólito José da Costa), e uma interiorização do povoamento e do desenvolvimento e integração nacional, já que, devido a fatores econômicos e históricos, a população brasileira concentrou-se na faixa litorânea, ficando o interior do país pouco povoado. Assim, a transferência da capital para o interior forçaria o deslocamento de um contingente populacional e a abertura de rodovias, ligando a capital às diversas regiões do país, o que levaria a uma maior integração econômica.

Planejada para ter uma população de 500 mil habitantes no ano 2000,[46] a população de Brasília já atingia 1,515 milhões de habitantes em 1991, considerando-se todo o Distrito Federal.[47] Com seus atuais 2,977 milhões de habitantes,[3] Brasília é hoje a quarta cidade mais populosa do Brasil, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, além de sétima concentração urbana mais populosa do país, superada apenas por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Salvador.[48][49][50]

Geografia

Brasília se localiza a 15°50’16" de latitude sul e a 47°42’48" de longitude oeste, com altitudes entre 1 000 e 1 200 metros acima do nível do mar, no chamado Planalto Central, cujo relevo é, na maior parte, plano, apresentando algumas leves ondulações. A flora corresponde à predominantemente típica do domínio do cerrado. Em alguns lugares da cidade é possível observar espécies de gimnospermas, como os pinheiros, e também diversos tipos de árvores provenientes de outros biomas brasileiros. As espécies não nativas da região têm sido retiradas pela empresa pública arborizadora da cidade (a Novacap) e substituídas por espécies nativas, como ipês.

O Distrito Federal possui grande variedade de vegetação, reunindo 150 espécies. A maioria é nativa, típica do cerrado, e de porte médio, com altura de 15 a 25 m.[51] Muitas são tombadas pelo Patrimônio Ecológico do Distrito Federal, para garantir sua preservação.[51] Algumas das principais: pindaíba, paineira, ipê-roxo, ipê-amarelo, pau-brasil e buriti.[52]

A preservação da vegetação no Distrito Federal é um tema recorrente, principalmente pela preocupação em conservar a flora original. O desmatamento provocado pela expansão da agricultura é um dos problemas enfrentados no Distrito Federal, sendo que, segundo a Unesco, desde sua criação, nos anos 1950, 57% da vegetação original não existe mais.[53] Para colaborar com a preservação, são realizados programas de conscientização e de reformas estruturais para diminuir a degradação da vegetação e também da fauna e rios da região.[54]

Imagem aérea do Paranoá.

Os rios do Distrito Federal estão bem supridos pelos lençóis freáticos, razão pela qual não secam, mesmo durante o período da estação seca.[55] A fim de aumentar a quantidade de água disponível para a região, foi realizado o represamento de um dos rios da região, o rio Paranoá, para a construção de um lago artificial, o Lago Paranoá, que tem 40 quilômetros quadrados de extensão, profundidade máxima de 48 metros e cerca de 80 quilômetros de perímetro. O lago possui uma grande marina e é frequentado por praticantes de wakeboard, windsurf e pesca profissional.

Clima

O clima de Brasília é o tropical com estação seca (do tipo Aw na classificação climática de Köppen-Geiger),[5] com temperaturas médias mensais sempre superiores a 18 °C[56] e índice pluviométrico em torno de 1 540 milímetros (mm) anuais, concentrados entre os meses de outubro e abril.[57] As precipitações ocorrem sob a forma de chuva e, algumas vezes, de granizo,[58] podendo ainda virem acompanhadas de raios e trovoadas.[59] Durante a estação seca (maio a setembro), é comum que os níveis de umidade relativa do ar fiquem muitas vezes abaixo de 30%, bem abaixo do ideal considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 60%.[60]

Maiores acumulados de precipitação em 24 horas registrados
em Brasília por meses (INMET, 21/08/1961-presente)[61]
Mês Acumulado Data Mês Acumulado Data
Janeiro 99,6 mm 20/01/2016 Julho 80,7 mm 13/07/1990
Fevereiro 110,7 mm 28/02/2005 Agosto 68 mm 29/08/1984
Março 111,8 mm 31/03/1964 Setembro 77,4 mm 03/09/1970
Abril 131 mm 21/04/1992 Outubro 103,1 mm 27/10/2006
Maio 73,6 mm 03/05/1969 Novembro 132,8 mm 15/11/1963
Junho 29,8 mm 24/06/1965 Dezembro 106,8 mm 22/12/1963

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 (a partir de 21 de agosto) a menor temperatura registrada em Brasília (estação convencional do Setor Sudoeste) foi de 1,6 °C em 18 de julho de 1975,[62] e a maior atingiu 36,4 °C em 18 de outubro de 2015.[63] O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 132,8 mm em 15 de novembro de 1963. Outros grandes acumulados foram 131 mm em 21 de abril de 1992, 111,8 mm em 31 de março de 1964, 110,7 mm em 28 de fevereiro de 2005, 106,8 mm em 22 de dezembro de 1963, 103,1 mm em 27 de outubro de 2006 e 102,1 mm em 29 de outubro de 2000.[61] O menor índice de umidade do ar foi de 10% em setembro de 2011, nos dias 5 e 9 daquele mês.[64]

Em 10 de junho de 1985, foi registrada pela primeira vez a ocorrência de geada, quando a temperatura mínima chegou a 3,3 °C, a mais baixa registrada em um mês de junho.[65] Na tarde do dia 1 de outubro de 2014, também foi registrada pela primeira vez a formação de um tornado, observado na região do Aeroporto JK, onde os ventos atingiram a velocidade de 95 km/h.[66]

Dados climatológicos para Brasília
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima absoluta (°C) 32,6 31,4 32,1 31,6 30,2 31,6 30,8 33 35,8 36,4 34,5 33,7 36,4
Temperatura máxima média (°C) 26,9 26,7 27,1 26,6 25,7 25,2 25,1 27,3 28,3 27,5 26,6 26,2 26,6
Temperatura média (°C) 21,2 21,3 21,5 20,9 19,6 18,5 18,3 20,3 21,7 21,6 21,1 21 20,6
Temperatura mínima média (°C) 17,4 17,4 17,5 16,8 15 13,3 12,9 14,6 16 17,4 17,5 17,5 16,1
Temperatura mínima absoluta (°C) 12,2 11 14,5 10,7 3,2 3,3 1,6 5 9 10,2 11,4 13,5 1,6
Precipitação (mm) 247,4 217,5 180,6 123,8 38,6 8,7 11,1 13,9 55,2 166,6 231,1 246 1 540,6
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 17 14 13 9 3 1 1 1 5 13 16 18 111
Umidade relativa (%) 76 77 76 75 68 61 56 49 53 66 75 79 67,6
Horas de sol 154,4 157,5 180,9 201,1 234,3 253,4 266,5 262,9 203,2 168,2 142,5 138,1 2 363
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (normal climatológica de 1961-1990;[56][67][68][57][69][70][71] recordes de temperatura a partir de 21/08/1961).[62][63]

Demografia

Crescimento populacional
Censo Pop.
1960 141 742
1970 546 015 285,2%
1980 1 203 333 120,4%
1991 1 598 415 32,8%
2000 2 043 169 27,8%
2010 2 570 160 25,8%
Est. 2016 2 977 216 [3] 15,8%
Fonte: IBGE[nota 2][48][72]
Vista do Eixo Monumental.

O ritmo de crescimento populacional na primeira década foi de 14,4% ao ano, com um aumento populacional de 285%. Na década de 1970, o crescimento médio anual foi de 8,1%, com um incremento total de 115,52%. A população total do Distrito Federal, que não deveria ultrapassar 500 000 habitantes em 2000, atingiu esta cota no início da década de 1970, e, entre 1980 e 1991, a população expandiu em mais 32,8%. O Plano Piloto, que, na inauguração, concentrava 48% da população do Distrito Federal, gradativamente perdeu importância relativa, chegando a 13,26% em 1991, passando o predomínio para as "cidades-satélite".[46] Em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicou 2 570 160 habitantes.[72] O Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,824[6] e a taxa de analfabetismo de apenas 4,35%.[73] Brasília também caracteriza-se pela sua desigualdade social, sendo a quarta área metropolitana mais desigual do Brasil e a décima sexta do mundo, segundo um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas.[73]

A população brasiliense é formada por migrantes de todas as regiões brasileiras, sobretudo do Nordeste e do Sudeste,[74] além de estrangeiros que trabalham nas embaixadas espalhadas pela capital.[75] Dados de 2010 apontavam que quase metade da população não nasceu ali, sendo que 1 380 873 (53,73%) eram brasilienses e 1 189 287 (46,27%) de outros locais (incluindo 8 577 estrangeiros, ou 0,33% da população), principalmente de Goiás, Minas Gerais e Bahia.[74][76]

A Região Administrativa de Brasília – RA I, composta em sua parte urbana pelos bairros residenciais Asa Norte, Asa Sul e Vila Planalto, conta com uma população de 209 855 habitantes (2010) e uma área de 472,12 km², sendo a terceira maior região administrativa do Distrito Federal em termos de população, atrás apenas de Ceilândia (com 402 729 habitantes) e Taguatinga (361 063).[77]

Região integrada

Brasília à noite vista pela STS-32.

Conhecida como RIDE, a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno compreende o Distrito Federal mais os municípios goianos de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Vila Boa, e os municípios mineiros de Buritis e Unaí.[78] Conta com 4 284 676 habitantes sendo a quarta mais populosa região metropolitana do Brasil. (IBGE/2016).[10]

Segundo a geógrafa Nelba Azevedo Penna, do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília, "em consequência dos processos de ordenamento de seu território, ocorreu uma intensa expansão da urbanização para a periferia limítrofe ao Distrito Federal, que deu origem à formação da região metropolitana de Brasília (atualmente institucionalizada como Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE)".[79]

Desigualdade social e criminalidade

Brasília possui a maior desigualdade de renda entre as capitais brasileiras,[80] além de ser uma das capitais em que mais se registram homicídios para cada cem mil habitantes no país.[81] Na região administrativa de Ceilândia, está localizada a segunda mais populosa favela do Brasil, a comunidade do Sol Nascente,[82] com 61 mil habitantes[83] — segundo estimativas de lideranças locais, no entanto, a população seria de 100 mil pessoas, que superaria a da Rocinha, no Rio de Janeiro.[83]

Os índices de criminalidade são altos principalmente no Entorno do Distrito Federal.[84][85] Segundo sociólogos, a criminalidade no Distrito Federal, principalmente nas cidades-satélites, é uma herança do crescimento desordenado, ainda que assentado em núcleos urbanos planejados. Os níveis de criminalidade no DF estão entre os maiores do Brasil, chegando ao ponto de haver uma média de até dois assassinatos diários.[86] Em 2012, houve 1031 homicídios, com taxa de 38,9 por 100 mil habitantes, a 478º maior do país.[87] Existem diversas propostas para tentar diminuir a criminalidade na capital: entre elas, um maior policiamento, medida esta que, aplicada, tem levado a uma retração da violência.[85]

Governo

Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal.

O Distrito Federal é pessoa jurídica de direito público interno, ente da estrutura político-administrativa do Brasil de natureza sui generis, pois não é nem um estado nem um município, mas sim um ente especial que acumula as competências legislativas reservadas aos estados e aos municípios, conforme dispõe o art. 32, § 1º da CF, o que lhe dá uma natureza híbrida de estado/município.[88]

Seu poder legislativo é representado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, cuja nomenclatura representa uma mescla de assembleia legislativa (poder legislativo das demais unidades da federação) e de câmara de vereadores (legislativo dos municípios). A Câmara Legislativa é formada por 24 deputados distritais.[89]

Brasília também não possui prefeito, pois o artigo 32 da Constituição Federal de 1988 proíbe expressamente que o Distrito Federal seja dividido em municípios, sendo considerado uno.[88][90] Seu último prefeito foi Wadjô da Costa Gomide (1969), quando o cargo foi transformado em governador.[91][92]

Parte do orçamento do governo distrital provém do Fundo Constitucional do Distrito Federal. Em 2012, o fundo totalizou 9,6 bilhões de reais.[93] Para 2015, a previsão é de 12,4 bilhões de reais, sendo mais da metade (6,4 bilhões) destinado aos gastos com segurança pública.[94]

Definição territorial e administrativa

No Brasil, por definição legal, "cidade" é a sede de um "município".[95] A partir do Estado Novo, pelo decreto-lei nº 311, todas as sedes dos municípios passaram a ser cidades, sendo que, até então, as menores sedes de municípios eram denominadas "vilas". No Distrito Federal, porém, são chamados de Regiões Administrativas os diversos núcleos urbanos, sendo o principal deles a região administrativa do Plano Piloto, que por sua vez também se confunde com a ideia do Plano Piloto. A rigor, os outros núcleos estão mais para bairros distantes da capital do país do que para cidades distintas, pois a Constituição do Brasil veda expressamente a divisão do Distrito Federal em municípios.[90][96] Brasília é constituída por toda a área urbana do Distrito Federal e não apenas a parte tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) ou a região administrativa central, pois a cidade é polinucleada, constituída por várias regiões administrativas (RA's), de modo que as regiões periféricas estão articuladas às centrais.[88][97]

Edifício-sede do Congresso Nacional.

Há quem argumente que por todo o Brasil há regiões metropolitanas, onde cidades periféricas acabam articuladas em relação às cidades principais, sem que deixem por isso de ser consideradas cidades. A diferença é que elas são sedes de município. Apesar disso, outros núcleos urbanos do Distrito Federal, hoje chamados regiões administrativas, sempre foram conhecidos por cidades-satélites. Alguns, atualmente, entendem como Brasília apenas a região administrativa de Brasília (formada por parte do Plano Piloto e pelo Parque Nacional de Brasília), e não todo o Distrito Federal. Contundo alguns destes núcleos urbanos, como Planaltina e Brazlândia, são mais antigos do que a própria Brasília. Planaltina já existia como município de Goiás, antes de perder parte de seu território para o Distrito Federal.[88][96][98]

Por outro lado, a lei de organização do Distrito Federal é uma lei orgânica, típica de municípios e não uma constituição, como ocorre nos estados da federação brasileira, embora esta lei orgânica regule tanto matérias típicas de leis orgânicas municipais quanto de constituições estaduais.[99] Ademais, todas as regiões administrativas do DF dispõem de certa autonomia político-administrativa, sendo seus administradores regionais indicados pela população local de cada região administrativa, através de um processo seletivo dos candidatos indicados pelas entidades representativas dos diversos segmentos da sociedade.[carece de fontes?] Mas vale esclarecer que órgãos oficiais de pesquisa, como o IBGE, o Dieese e o IPEA, não distinguem Brasília do Distrito Federal para efeitos de contagem e estatística pois seus dados são sempre elaborados levando-se em conta o município. Como o DF não possui municípios, é considerado como um único ente.[88][90]

Cidades-irmãs

Brasília conta com pelo menos 23 cidades-irmãs, entre elas:[100]

Economia

Atividades econômicas de Brasília por número de empregados - (2012)[106]
Setor Bancário Sul
Setor Hoteleiro Sul da cidade.
Ver artigo principal: Economia de Brasília

Além de ser centro político, Brasília é um importante centro econômico do Brasil, sendo a terceira cidade mais rica do país, exibindo, em 2014, um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 197.432.059 bilhões, estando também entre as áreas urbanas de maior índice de renda per capita do Brasil, de R$ 69 216,80.[107]

Segundo pesquisa da consultoria Mercer sobre o custo de vida para funcionários estrangeiros, Brasília estava colocada na posição 33 entre as cidades mais caras do mundo em 2011, subindo da posição 70 em 2010. Superada no Brasil em 2011 somente pelas cidades de São Paulo (10) e Rio de Janeiro (12), Brasília entra na classificação logo depois de Nova Iorque (32), a cidade mais cara dos Estados Unidos.[108][109]

A cidade foi a região com lançamentos mais caros do Brasil em 2012, segundo o "Anuário do Mercado Imobiliário Brasileiro da Lopes", com 51 empreendimentos lançados, 8.823 unidades e 3,3 bilhões de reais em "Valor Geral de Vendas",[110] sendo o quarto maior mercado imobiliário nacional.[110]

A principal atividade econômica da capital federal resulta de sua função administrativa. Por isso seu planejamento industrial é estudado com muito cuidado pelo Governo do Distrito Federal. Por ser uma cidade tombada pelo IPHAN e que recebeu o Título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco a ocupação do território do DF tem características diferenciadas para preservação da cidade. Assim, o governo de Brasília tem optado em incentivar o desenvolvimento de indústrias não poluentes como a de software, cinema, vídeo, gemologia, entre outras, com ênfase na preservação ambiental e na manutenção do equilíbrio ecológico, preservando o patrimônio da cidade.[111]

A economia de Brasília sempre teve como principais bases a construção civil e o varejo.[112] Foi construída em terreno totalmente livre, portanto ainda existem muitos espaços nos quais se pode construir novos edifícios. À medida que a cidade recebe novos moradores, a demanda pelo setor terciário aumenta, motivo pelo qual Brasília tem uma grande quantidade de lojas, com destaque para o Conjunto Nacional, localizado no centro da capital. A agricultura e a avicultura ocupam lugar de destaque na economia brasiliense. Um cinturão verde na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno abastece a cidade e já exporta alimentos para outros locais.[113]

Turismo

Brasília é classificada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, uma agência da ONU e recebe cerca de um milhão de visitantes anualmente. Entre as suas atrações mais visitadas estão os diversos projetos arquitetônicos de Oscar Niemeyer.[114]

O turismo cívico é valorizado por estarem localizados na capital os órgãos governamentais da administração direta e os representantes dos três poderes republicanos. Os principais monumentos da cidade encontram-se no Eixo Monumental: Catedral Militar Rainha da Paz, Praça do Cruzeiro (Memorial da Primeira Missa), Memorial JK, Memorial dos Povos Indígenas, Complexo Poliesportivo Ayrton Senna: Ginásio de Esportes Nilson Nelson e Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha; Centro de Convenções Ulysses Guimarães (CCUG), Torre de TV, Teatro Nacional Cláudio Santoro, Complexo Cultural da República João Herculino: Biblioteca Nacional de Brasília Leonel de Moura Brizola (BNB) e Museu Nacional Honestino Guimarães; Catedral Metropolitana de Brasília Nossa Senhora Aparecida, Esplanada dos Ministérios, Palácio da Justiça, Palácio Itamaraty, Praça dos Três Poderes: Congresso Nacional, sede do Poder Legislativo brasileiro, Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo brasileiro, Supremo Tribunal Federal (STF), sede do Poder Judiciário brasileiro e Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves; além de outros. Entre outros monumentos estão o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República (no Setor Palácio Presidencial - SPP), o Catetinho (ao longo da EPIA Sul), o Santuário Dom Bosco (na Via W3 Sul), o Museu Vivo da Memória Candanga (no Núcleo Bandeirante[115]) e a Ponte Juscelino Kubitschek, mais conhecida como Ponte JK ou "terceira ponte", premiada internacionalmente (no Lago Paranoá, entre o Setor de Clubes Esportivos Sul (SCES), na Asa Sul, e o Setor de Habitações Individuais Sul (SHIS), no Lago Sul).[116][117]

Brasília ainda é conhecida por suas comunidades espiritualistas (como o Vale do Amanhecer, em Planaltina, a Cidade Eclética e a Cidade da Paz) localizadas nos seus arredores e também por modernistas templos religiosos, como o Templo da Boa Vontade da LBV.

A cidade oferece também ecoturismo por estar localizada a mais de mil metros acima do nível do mar, no imenso platô do Planalto Central, de onde nascem rios de algumas grandes bacias hidrográficas brasileiras.[118] A cidade ainda conta com várias áreas verdes, como o Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, (entre a Asa Sul e o Setor Sudoeste), o Parque Nacional de Brasília, mais conhecido como Água Mineral (entrada pela EPIA Norte), o Parque Olhos D'Água (na Asa Norte - SQNs 412 e 413), o Jardim Botânico de Brasília (JBB) (no Lago Sul), o Jardim Zoológico de Brasília (na Candangolândia) e o Parque Ecológico Burle Marx (entre a Asa Norte e o Setor Noroeste).

O turismo histórico na capital federal não se restringe ao período posterior à fundação, mas também resgata locais e fatos anteriores a 1960, como a Estrada Geral do Sertão, com mais de três mil quilômetros, aberta em 1736 para ligar Salvador até Vila Bela da Santíssima Trindade, antiga capital do Mato Grosso.[119]

Vista aérea do centro de Brasília (Plano Piloto) ao longo do Eixo Monumental, com destaque para o novo Estádio Mané Garrincha (à esquerda), o Congresso Federal e a Praça dos Três Poderes (à direita). Toda a área residencial da Asa Norte é vista no meio da imagem.

Estrutura urbana

Educação

Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília.

A educação de Brasília, no período de construção da capital, tinha como propósito se diferenciar da educação no restante do Brasil. Sob os pressupostos do movimento Escola Nova, comandado pelo educador Anísio Teixeira e seguido, em especial, pelo antropólogo Darcy Ribeiro, o qual priorizava o desenvolvimento do intelecto em detrimento da memorização, as escolas primárias foram divididas entre escolas-classe e escolas-parque. Nas primeiras, as crianças passariam quatro horas diárias aprendendo conteúdos, e nas segundas, mais quatro horas praticando atividades extracurriculares: artes e esportes, por exemplo.[120]

O fator educação do Índice de Desenvolvimento Humano de Brasília em 2010 atingiu a marca de 0,742 – patamar consideravelmente alto, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) –[6] ao passo que a taxa de alfabetização da população acima dos dez anos indicada pelo último censo demográfico foi de 96,7%, acima da média nacional (91%).[121]

Brasília tem um sistema de ensino primário e secundário, público e privado, e uma variedade de escolas técnicas. Em 2009, havia, na cidade, 833 estabelecimentos de ensino fundamental, 622 unidades pré-escolares, 187 escolas de nível médio e mais algumas instituições de nível superior. No total, foram 418 913 matrículas e 16 785 docentes registrados em 2009.[122] No ensino superior, destacam-se importantes universidades públicas e privadas, muitas delas consideradas centros de referência em determinadas áreas. Dentre as principais instituições de ensino superior da cidade, estão a Universidade de Brasília (UnB), Instituto Federal de Brasília (IFB), Universidade Católica de Brasília (UCB), Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), Universidade Paulista (UNIP) e União Pioneira da Integração Social (UPIS).

Há uma concentração extrema de instituições de ensino superior no Plano Piloto. Em 2006, foi instalado um novo campus da Universidade de Brasília em Planaltina. Existem também campi da UnB nas regiões administrativas de Ceilândia e Gama.[123] O número de bibliotecas não é proporcional ao tamanho da população na área central. As principais bibliotecas públicas do Distrito Federal se localizam no Plano Piloto, como a biblioteca da Universidade de Brasília, a Biblioteca da Câmara e do Senado, a Biblioteca Demonstrativa de Brasília e a Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, também conhecida como Biblioteca Nacional de Brasília, inaugurada em 2006.[124]

Quanto ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2013, a capital brasileira obteve notas de 5,6 na primeira fase do ensino fundamental (anos iniciais) e 4,4 na segunda fase (anos finais).[125] Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2014, três escolas da cidade figuraram entre as cem melhores do ranking, sendo os colégios Olimpo, Olimpo de Águas Claras e Ideal, todas particulares, na 26ª, 65ª e 70ª posições, respectivamente.[126]

Transportes

Estação Central do Metrô de Brasília.

Brasília, por estar localizada no centro do Brasil, serve como ligação terrestre e aérea para o país. O Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek é um dos mais movimentados do Brasil por número de passageiros, recebendo mais de 18 milhões de passageiros em 2014, tornando-o o segundo mais movimentado do país.[127] Oito rodovias radiais fazem a ligação da capital federal com outras regiões do Brasil.[128]

A atual conjuntura do sistema de transportes do Distrito Federal gera um quadro de pouca mobilidade urbana, com um serviço de ônibus notadamente caro e ineficiente, e uma infraestrutura que privilegia o automóvel particular. Isso gera uma tendência de aumento no número de carros a níveis para os quais a cidade não foi projetada. A cada mês, 5 mil veículos entram em circulação em Brasília, existindo um veículo para 2,3 habitantes do Distrito Federal.[128]

Em março de 2008 a frota do DF chegou a 995 903 veículos,[129] correspondente a uma taxa de motorização de 390 veículos por cada 1 000 habitantes, e esta taxa é ainda maior na área central de Brasília (Plano Piloto, Sudoeste, Lago Sul e Norte). Começaram a surgir inúmeros engarrafamentos na cidade e alguns lugares se tornam intransitáveis nas horas de pico (rush). Os ônibus transportam pouco mais de 14 milhões de passageiros por mês,[130] mas a maior parte da frota já ultrapassou os sete anos limite impostos por lei.[131]

Para tentar amenizar esse quadro, foi construído um metrô, mas devido à sua extensão limitada e ao próprio crescimento da cidade, ele não alterou significativamente o problema de trânsito na cidade e desde o início da sua construção em 1991, gera prejuízos da ordem de 60 milhões de reais anuais ao governo.[131] Das 29 estações planejadas, 24 estão em funcionamento, ligando o centro do Plano Piloto (rodoviária) ao Guará, Águas Claras, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia. O Metrô de Brasília transporta cerca de 150 mil usuários por dia.[132] Em 1 de fevereiro de 2009, entrou em funcionamento a integração dos sistemas de micro-ônibus e metrô, com bilhetes eletrônicos.[133] Ainda está em implementação o projeto Brasília Integrada, que contempla a criação de corredores especiais para ônibus e a integração destes com o metropolitano.[134] Um novo terminal rodoviário interestadual foi inaugurado em julho de 2010, ao lado da Estação Shopping do metrô.[135]

A capital federal é a cidade com maior estrutura cicloviária do Brasil, contando com 440 km de ciclovias. Brasília e São Paulo foram as cidades brasileiras que mais ampliaram a estrutura para bicicletas nos anos de 2013 e 2014, mas ambas são criticadas por falhas e pela baixa qualidade das vias construídas ou demarcadas.[136]

Saúde

Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Brasília dispunha de um total de 1 756 estabelecimentos de saúde em 2009, sendo 148 públicos e 1 608 privados, os quais dispunham no seu conjunto de 5 294 leitos para internação, sendo que quase 3 700 são públicos. A cidade também conta com atendimento médico ambulatorial em especialidades básicas, atendimento odontológico com dentista e presta serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS).[137] Em abril de 2010 existiam 920 696 mulheres em idade fértil (entre 10 e 49 anos). Brasília contava em dezembro de 2009 com 595 anestesistas, 7 205 auxiliares de enfermagem, 633 cirurgiões gerais, 4 004 cirurgiões dentistas, 1 729 clínicos gerais, 2 745 enfermeiros, 530 farmacêuticos, 841 fisioterapeutas, 278 fonoaudiólogos, 1 371 gineco-obstetras, 146 médicos de família, 439 nutricionistas, 1 275 pediatras, 893 psicólogos, 223 psiquiatras, 465 radiologistas e 2 551 técnicos de enfermagem. Em 2008 foram registrados 44 168 nascidos vivos, sendo que 7,5% nasceram prematuros, 51,6% foram de partos cesáreos e 14,2% foram de mães entre 10 e 19 anos (0,6% entre 10 e 14 anos). A taxa bruta de natalidade era de 17,3 por 100 mil habitantes. No mesmo ano, a taxa de mortalidade infantil era de 11,9 por mil nascidos vivos e a taxa de óbitos era de 4 por mil habitantes.[138]

A região administrativa de Brasília possui diversos hospitais públicos, como o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), o Hospital Regional da Asa Sul (HRAS), pertencentes ao Governo do Distrito Federal, além do Hospital Universitário de Brasília, da Universidade de Brasília (UnB). Algumas das demais RAs também possuem hospitais públicos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, em um total de 12. O sistema de saúde pública da capital recebe diferentes reclamações e críticas (como é comum no Brasil), principalmente por casos de mau atendimento, desigualdade entre negros e brancos e ineficiência.[139] Por outro lado, Brasília tem um dos maiores projetos de informatização do sistema de saúde no Brasil.[140] A Região Administrativa de Brasília possui quatro setores hospitalares: Setor Hospitalar Local Norte (SHLN) - fim da Asa Norte; Setor Hospitalar Local Sul (SHLS) - fim da Asa Sul; Setor Médico Hospitalar Norte (SMHN) - Zona Central Norte, onde está o HRAN; Setor Médico Hospitalar Sul (SMHS) - Zona Central Sul, onde está o HBDF.

Quanto a doenças comuns, o Distrito Federal teve 3 147 ocorrências de dengue de janeiro a agosto de 2008, quase duas vezes mais do que o registrado no mesmo período de 2007.[141] Brasília tem uma das maiores taxas de ocorrência de câncer do Brasil. Em 2005, o Distrito Federal foi o recordista nacional de mortes de mulheres por câncer de mama, e os novos casos não diminuiram no ano seguinte.[142] Também são numerosos os casos de câncer de pulmão, devido aos altos índices de tabagismo.[143]

Cultura

Pix.gif Brasília *
Welterbe.svg
Património Mundial da UNESCO

Palacio Alvorada commons.jpg
Palácio da Alvorada à noite.
País  Brasil
Critérios i, iv
Referência 445
Região** Brasil
Coordenadas 15º47'S 47º54'W
Histórico de inscrição
Inscrição 1987  (11ª sessão)
* Nome como inscrito na lista do Património Mundial.
** Região, segundo a classificação pela UNESCO.

Em Barcelona, Espanha, no dia 12 de dezembro de 2007, o Bureau Internacional de Capitais Culturais[144] nomeou Brasília como a Capital Americana da Cultura para o ano de 2008, sucedendo Cusco. O Bureau promoveu uma votação popular que elegeu as sete maravilhas do Patrimônio Cultural Material de Brasília: a Catedral, o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Templo da Boa Vontade, o Santuário Dom Bosco e a Ponte JK.[145]

Os principais museus da cidade estão localizados no Eixo Monumental. O Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, projetado por Oscar Niemeyer em forma de pomba e inaugurado em 1986 traz o "Livro dos Heróis da Pátria" com a história daqueles que teriam lutado pela união da nação.[146] O Memorial JK apresenta diversos objetos pessoais (fotos, presentes, cartas) e o próprio túmulo do idealizador da cidade.[147] O Memorial dos Povos Indígenas tem como objetivo mostrar um pouco da riqueza das culturas indígenas nacionais.[148]

Em 15 de dezembro de 2006, foi inaugurado o Complexo Cultural da República, um centro cultural localizado ao longo do Eixo Monumental, formado pela Biblioteca Nacional de Brasília e pelo Museu Nacional da República.[149] A Biblioteca Nacional de Brasília ocupa uma área de 14 000 m², contando com salas de leitura e estudo, auditório e uma coleção de mais de 300 000 itens.[150] O Museu Nacional da República é constituído por uma área de 14 500 m², dois auditórios com capacidade de 780 lugares e um laboratório. O espaço é usado principalmente para exibir exposições de arte temporárias.[149]

Fora do Eixo Monumental, existe ainda o Museu de Arte de Brasília que conta com exposição permanente voltada para a arte moderna e o Museu de Valores do Banco Central.[151] No Setor de Diversões Norte, em forma de uma grande pirâmide irregular, está localizado o principal teatro da cidade, o Teatro Nacional Cláudio Santoro com três salas - nomeadas em homenagem a Villa-Lobos, Martins Pena e Alberto Nepomuceno.[152]

Brasília também realiza diversos eventos anualmente. No campo da moda, acontece a Capital Fashion Week, evento que segue o exemplo do São Paulo Fashion Week e tenta divulgar nacionalmente as marcas e modelos de Brasília e da Região Centro-Oeste.[153] O carnaval é marcado atualmente pelos desfiles de escolas de samba e blocos, sendo notadamente influenciado pelo carnaval do Rio de Janeiro.[154] Em Ceilândia, existe o Ceilambódromo onde se pode assistir ao desfile.[155] Entre as escolas de samba da cidade estão a ARUC e Acadêmicos da Asa Norte.[156]

Cinema

Abertura do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2013.

Na produção local de cinema, destaca-se o diretor Afonso Brazza, que se tornou cult graças a seus filmes policiais de baixo orçamento.[157]

Outro cineasta radicado na capital e muito conhecido não só na cidade mas em todo país é o documentarista Vladimir Carvalho, professor de cinema da Universidade de Brasília, que produziu 21 filmes documentários, parte deles sobre a própria história e realidades sociocultural e política do Distrito Federal e de Goiás.[158]

Anualmente acontece o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, realizado desde 1965, quando se chamava Semana do Cinema Brasileiro, firmou-se como um dos mais tradicionais do Brasil, sendo comparável ao Festival do Cinema Brasileiro de Gramado, no Rio Grande do Sul, porém sempre preservando a tradição de somente inscrever e premiar filmes brasileiros, princípio que nos momentos mais críticos da história cinematográfica brasileira foi abandonado por Gramado.[159]

Música

Banda Plebe Rude

No final dos anos 1970, predominavam os ritmos regionais como o forró e a música sertaneja; nessa época, despontava no grupo Secos e Molhados o cantor Ney Matogrosso, que fora profissional da área de saúde na capital federal. No começo dos anos 1980, surgiram várias bandas de rock vindas de Brasília que despontaram no cenário nacional, como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude, todas com influência punk. Na mesma época, um carioca criado em Minas Gerais, Oswaldo Montenegro, se tornava conhecido na cidade, montando espetáculos de cujo elenco fazia parte Cássia Eller.[160]

Nesta mesma época surgiu, paralelamente ao cenário rock, o reggae de Renato Matos e outros movimentos culturais que criaram o Projeto Cabeças, de onde surgiram vários artistas de Brasília.[161] Na década seguinte, despontaram o hardcore dos Raimundos e o reggae do Natiruts. Alguns músicos e cantores que moraram em Brasília durante esse período foram Ney Matogrosso, Zélia Duncan e membros da Legião Urbana e dos Paralamas do Sucesso.[160]

Atualmente, Brasília conta com o Festival Porão do Rock,[162] que tenta revelar novas bandas no cenário nacional. Este evento, lançado em 1998 na Concha Acústica a partir de um grupo de músicos que se reunia no subsolo de um prédio comercial em uma das quadras da Asa Norte, ganhou, em 2000, sua primeira versão em maior escala no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, onde é realizado desde então. Também é realizado na cidade, anualmente, o Brasília Music Festival.[163] Mais recentemente, o choro vem ganhando adeptos em Brasília, resultando na criação de clubes de choro, como o Clube de Choro de Brasília.[164] Brasília também tem se firmado no hip hop. São originarios da cidade os grupos Câmbio Negro, Viela 17, Guind'art 121 e o rapper GOG.

Patrimônio urbanístico

Ver artigo principal: Plano Piloto de Brasília
Ver também: Cidade-satélite

O projeto urbanístico de Brasília foi projetado por Lúcio Costa, vencedor do concurso de 1957 para o plano da Nova Capital, e teve sua forma inspirada pelo sinal da cruz[165]. No entanto, o formato da área é popularmente comparado ao de um avião. Na extremidade noroeste do Eixo Monumental estão os edifícios regionais, enquanto no extremo sudeste, perto da costa do Lago Paranoá, estão os edifícios do governo federal, em torno da Praça dos Três Poderes, o coração conceitual de Brasília. A cidade é divida em setores temáticos, como o de Habitações Coletivas, Comercial, Hospitalar, Hoteleiro, Cultural e de Diversões.[166]

Lúcio Costa projetou o Eixo Monumental como uma área aberta no centro da cidade onde se situa a Esplanada dos Ministérios. O gramado retangular da área é cercado por duas amplas vias expressas, que formam a principal avenida da cidade, onde muitos edifícios públicos, monumentos e memoriais estão localizados. Este é o corpo principal do "avião" que forma da cidade, como previsto por Lúcio Costa. O Eixo Monumental assemelha-se ao National Mall, em Washington, DC, e é a via pública mais larga do mundo, com 250 metros de largura.[167] A Praça dos Três Poderes é um amplo espaço aberto entre os três edifícios monumentais que representam os três poderes da República: o Palácio do Planalto (Executivo), o Supremo Tribunal Federal (Judiciário) e o Congresso Nacional (Legislativo). Como em quase todos os logradouros de Brasília, a parte urbanística foi idealizada por Lúcio Costa e as construções foram projetadas por Oscar Niemeyer.[166]

Conjuntos habitacionais de baixo custo foram construídos pelo governo no plano piloto. As zonas residenciais da cidade são organizados em "superquadras", que são grupos de edifícios de apartamentos, juntamente com um determinada quantidade e tipo de escolas, lojas e espaços abertos. No extremo norte do Lago Paranoá, separado do centro da cidade, há uma península com muitas casas de luxo e um bairro semelhante existe na margem do Lago Sul. Originalmente, os planejadores da cidade imaginaram extensas áreas públicas ao longo das margens do lago artificial, mas durante o desenvolvimento inicial da capital, clubes privados, hotéis e residências de luxo ocuparam a área em torno da água.[168][169] Bem separados da cidade estão as suburbanas cidades-satélites, que incluem Gama, Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Núcleo Bandeirante, Sobradinho e Planaltina. Estas cidades, com exceção de Gama e Sobradinho, não foram planejados e desenvolveram-se naturalmente.[96] A capital do Brasil é a única cidade do mundo construída no século XX para ser premiado (em 1987) o status de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO, uma agência da ONU.[170]

A cidade tem sido aclamada por seu uso em larga escala da arquitetura modernista e por seu plano urbanístico um tanto utópico. Após uma visita a Brasília, a escritora francesa Simone de Beauvoir se queixou de que todas as superquadras da cidade exalavam "o mesmo ar de monotonia elegante".[171] Apesar de algumas falhas, como o privilégio dado ao transporte rodoviário,[172] o projeto de Brasília produziu uma cidade de qualidade relativamente alta de vida, em que os cidadãos vivem em áreas arborizadas, com esportes, lazer e estrutura, ladeadas por pequenas áreas comerciais, livrarias e cafés, a cidade é famosa por sua culinária e trânsito eficiente.

Mesmo estas características positivas provocaram alguma controvérsia, o que foi expresso no apelido de "ilha da fantasia", indicando o forte contraste entre a cidade e as regiões vizinhas, marcadas pela pobreza e desorganização das cidades do estado de Goiás, no entorno do Distrito Federal. Os críticos da grande escala de Brasília têm a caracterizado como uma fantasia platônica modernista sobre o futuro.[173]

Patrimônio arquitetônico

O edifício do Congresso Nacional do Brasil, tal como a maioria dos edifícios oficiais na cidade, foi projetado por Oscar Niemeyer seguindo o estilo da arquitetura moderna brasileira. Vistas desde o Eixo Monumental, a calota à esquerda é a sede do Senado e a da direita é a sede da Câmara dos Deputados. Entre eles há duas torres de escritórios. O Congresso também ocupa outros edifícios no entorno, alguns deles interligados por um túnel. Na frente do prédio, há um grande gramado e um lago, enquanto do outro lado do edifício está a Praça dos Três Poderes.[174] O paisagista brasileiro Roberto Burle Marx projetou os jardins modernistas de alguns dos principais edifícios da cidade.[175]

O Palácio da Alvorada é a residência oficial do Presidente do Brasil. Concebido por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1958, o prédio foi uma das primeiras estruturas construídas na nova capital, localizado sobre uma península nas margens do Lago Paranoá. O espectador tem uma sensação de olhar para uma caixa de vidro, aterrada suavemente sobre o solo, com o apoio externo de finas colunas. O edifício tem uma área de 7 000 m² e tem três pisos, além de auditório, cozinha, lavanderia, centro médico, centro administrativo, quatro suítes, dois apartamentos privados, biblioteca, piscina, sala de música, duas salas de jantar e várias salas de reunião.[176]

Escultura Os Candangos, de Bruno Giorgi na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto.

O Palácio do Planalto é o local onde está localizado o Gabinete do Presidente do Brasil, sendo, portando a sede do Poder Executivo federal. O palácio faz parte do projeto do Plano Piloto da cidade e foi um dos primeiros edifícios construídos na capital. A construção do edifício começou em 10 de julho de 1958 e obedeceu ao projeto arquitetônico elaborado por Oscar Niemeyer em 1956. A obra foi concluída a tempo de tornar o Palácio o centro das festividades da inauguração da nova capital, em 21 de abril de 1960.[177] O Palácio Itamaraty, também conhecido como Palácio dos Arcos, outro projeto modernista de Niemeyer, foi inaugurado em 21 de abril de 1970 e é onde está localizado o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.[178]

A Catedral de Brasília é outra obra idealizada por Niemeyer. Teve sua estrutura pronta em 1960, onde aparecia somente a área circular de 70 metros de diâmetro da qual se elevam dezesseis colunas de concreto (pilares de secção parabólica), que pesam noventa toneladas. Em 31 de maio de 1970, foi inaugurada oficialmente, já com os vidros externos transparentes. Na praça de acesso ao templo, encontram-se quatro esculturas em bronze com três metros de altura, representando os evangelistas; as esculturas foram realizadas com o auxílio do escultor Dante Croce, em 1968. No interior da nave, estão as esculturas de três anjos, suspensos por cabos de aço.[179]

A Ponte Juscelino Kubitschek serve como ligação entre o Lago Sul, Paranoá e São Sebastião e a parte central do Plano Piloto, através do Eixo Monumental, atravessando o Lago Paranoá. Inaugurada em 15 de dezembro de 2002, a estrutura da ponte tem um comprimento de travessia total de 1 200 metros, largura de 24 metros com duas pistas, cada uma com três faixas de rolamento, duas passarelas nas laterais para uso de ciclistas e pedestres e comprimento total dos vãos de 720 metros. Ela foi projetada pelo arquiteto Alexandre Chan e estruturada pelo engenheiro Mário Vila Verde. Chan ganhou a Medalha Gustav Lindenthal por este projeto. A ponte é constituída por três arcos de aço assimétricos de 60 metros de altura que se cruzam em diagonal. Foi concluída a um custo de US$ 56,8 milhões.[180]

Além dos edifícios já mencionados, outros grandes patrimônios arquitetônicos da cidade são o Complexo Cultural da República, Memorial JK, Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, Torre de TV, a sede da Procuradoria Geral da República, o Palácio do Buriti, o Teatro Nacional Cláudio Santoro, além várias embaixadas estrangeiras que criativamente encarnam características de sua arquitetura nacional.

Vista panorâmica da Praça dos Três Poderes: à esquerda (sul) o poder judiciário (Supremo Tribunal Federal), no centro o poder legislativo (Congresso Nacional) e à direita a sede do poder executivo (Palácio do Planalto).

Esportes

O Distrito Federal é sede de dois clubes de futebol reconhecidos nacionalmente: o Brasiliense Futebol Clube (de Taguatinga) e a Sociedade Esportiva do Gama (ou simplesmente Gama), que chegaram a participar da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol, sendo que o melhor resultado da história foi o vice-campeonato do Brasiliense na Copa do Brasil na edição de 2002.

Os principais estádios de futebol são o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, o Estádio Elmo Serejo Farias (Serejão) e o Estádio Walmir Campelo Bezerra (Bezerrão). O Estádio Edson Arantes do Nascimento (Pelezão) foi o primeiro e principal estádio da cidade à época de sua inauguração, mas foi abandonado e demolido em 2009. Brasília foi uma das seis cidades-sede dos jogos da Copa das Confederações de 2013 e uma das doze da Copa do Mundo de 2014, cujos jogos ocorreram no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Inicialmente, a FIFA vetou o nome "Mané Garrincha" para as partidas da Copa das Confederações e da Copa do Mundo da FIFA, mas uma forte pressão popular fez a entidade voltar atrás e reconhecê-lo como Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.[181] O estádio está localizado no Complexo Poliesportivo Ayrton Senna (antigo Setor Esportivo), um dos mais complexos centros poliesportivos do Brasil que também abriga o Ginásio de Esportes Nilson Nelson, o Autódromo Internacional de Brasília Nelson Piquet, entre outras estruturas.[182][183]

Por ser uma cidade localizada em altitude superior a mil metros do nível do mar, Brasília tem revelado atletas de alto nível, corredores de fundo e meio fundo como: Joaquim Cruz e Hudson de Souza (800 e 1500 m rasos); Carmem de Oliveira e Lucélia Peres (5 000, 10 000 e maratona); Valdenor Pereira dos Santos (5000 e 10 000 m); Marilson Gomes dos Santos (5000, 10 000, meia-maratona e maratona). No tênis, o principal torneio é o Aberto de Brasília, disputado em oito quadras da Academia de Tênis Resort, às margens do Lago Paranoá. Com o fechamento da Academia, o torneio que faz parte do ATP Challenger Tour, circuito que acontece em cerca de 40 países, com 178 eventos atuais, foi transferido para o Iate Clube.[184] Brasília é também a sede do UniCeub/BRB/Brasília, um dos maiores times do basquete nacional e campeão brasileiro.[185]

Brasília foi postulante a sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2000, mas teve sua candidatura retirada,[186] e também se candidatou a Universíada de Verão de 2017, quando perdeu para Taipé, em Taiwan.[33][187] Escolhida também para sediar a Universíada de Verão de 2019, após a renúncia das duas outras candidatas Baku e Budapeste poucos dias antes da escolha da sede do evento,[188] Brasília declinou da escolha em 21 de janeiro de 2015, sob a justificativa que a cidade não teria condições financeiras de sediar o evento.[189]

Ver também

Portal A Wikipédia possui o
Portal do Brasil

Notas

  1. O Distrito Federal não pode ser dividido em municípios, conforme a Constituição Federal de 1988. Contudo, para efeitos práticos, Brasília é considerada uma cidade.[8][11][12]
  2. Esta tabela mostra a evolução da população do Distrito Federal, ou seja, do conjunto de todas as regiões administrativas.

Referências

  1. a b «Divisão Territorial do Brasil» (Zip). Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 5 de maio de 2009. Consultado em 20 de julho de 2010 
  2. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». BR: IBGE. Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. a b c «Estimativas da população residente no Brasil e Unidades da Federação com data de referência em 1 de julho de 2016». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 30 de agosto de 2016. Consultado em 30 de agosto de 2016 
  4. «Distrito Federal». BR: Embrapa Monitoramento por Satélite. Consultado em 21 de julho de 2011 
  5. a b «Climate Summary» (em inglês). Consultado em 21 de abril de 2014. Cópia arquivada em 21 de abril de 2014 
  6. a b c «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 31 de julho de 2013 
  7. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 16 de dezembro de 2016 
  8. a b «Lei Orgânica do Distrito Federal» (PDF). BR: Ministério do desenvolvimento .
  9. «IBGE | Cidades | Distrito Federal | Brasília». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 30 de setembro de 2016 
  10. a b «IBGE divulga as estimativas populacionais dos municípios em 2016». 30 de agosto de 2016. Consultado em 30 de setembro de 2016 
  11. Constituição da República Federativa do Brasil. BR: Presidência da República .
  12. «Distrito Federal». BR: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [ligação inativa] 
  13. «Título inválido». Wikipédia, a enciclopédia livre 
  14. «Capital federal é um ícone da arquitetura mundial». O Tempo. 19 de maio de 2014. Consultado em 25 de agosto de 2014. Cópia arquivada em 25 de agosto de 2014 
  15. IBGE. «PIB dos Municípios: agropecuária representa mais da metade da atividade econômica em 1.135 municípios». Portal IBGE. Consultado em 16 de dezembro de 2016 
  16. Mariana Branco (27 de maio de 2011). Correio Braziliense, ed. «PIB per capita no DF é quase o triplo da média do país». Consultado em 27 de outubro de 2012 [ligação inativa] 
  17. «Militares orientam embaixadas contra terrorismo durante Olimpíada». 12 de julho de 2016. Consultado em 15 de julho de 2016 
  18. Luís Cruls (1957). Planalto Central do Brasil. Coleção Documentos Brasileiros 3 ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio. 333 páginas 
  19. a b «A poesia concreta de Joaquim Cardozo» (PDF). VEJA. p. 58. Consultado em 19 de janeiro de 2014 
  20. «Plano Piloto». Museu Virtual de Brasília. Consultado em 15 de abril de 2015 
  21. «Google Maps». Google. 1 de janeiro de 1970. Consultado em 5 de maio de 2009 
  22. «Lista de Patrimônios Mundiais». Unesco. Consultado em 6 de fevereiro de 2013 
  23. «Brasília recebe a Missão da Unesco». Consultado em 4 de maio de 2014 
  24. «Brasília comemora 25 anos de tombamento como patrimônio da humanidade». Agência Brasil. Consultado em 4 de maio de 2014 
  25. «Censo populacional de 1959 revela quem eram os candangos que construíram Brasília». Consultado em 21 de fevereiro de 2015 
  26. «Dicionário Priberam». Consultado em 15 de outubro de 2010 
  27. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 333.
  28. «Dicionário Michaelis». Consultado em 24 de fevereiro de 2013 
  29. CHAIM, M.M. Aldeamentos Indígenas (Goiás 1749–1811). Segunda edição. São Paulo: Nobel, 1983. p. 48
  30. Moradores descobrem que Linha de Tordesilhas passa por Olhos D'Água (GO)
  31. http://www.paulobertran.com.br/bertran/cometa.php [ligação inativa]
  32. a b http://www.planaltina.df.gov.br/
  33. a b c d e f Cláudia Gutemberg, Marcelo Araújo, Leocádio Guimarães, Rodrigo Ledo (2002). Brasília… Em 300 questões. [S.l.]: Dédalo 
  34. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 24 de fevereiro de 1891
  35. «História do nascimento de Brasília». Brasília, DF, BR: Brasiliatur 
  36. «Do quadrilátero Cruls ao patrimônio histórico e cultural da humanidade» 
  37. Antônio Americano do Brasil
  38. «Câmara Municipal de Silvânia». BR. Consultado em 23 de outubro de 2008 [ligação inativa] 
  39. «José Pessoa». BR: FGV. Consultado em 11 de março de 2011 
  40. «A redescoberta do Brasil». Veja. São Paulo, SP, BR: Abril. Consultado em 11 de março de 2011 
  41. «Brasília: 50 anos». UOL. Jornal de Debates. 2 de março de 2010. Consultado em 25 de julho de 2012 [ligação inativa] 
  42. «Edital do concurso para o Plano Piloto de Brasília». Consultado em 8 de março de 2012 [ligação inativa] 
  43. «Brasília 45 anos». Correio Braziliense. Brasília, DF, BR: Diários associados. Consultado em 23 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  44. «Museus». Brasília, DF, BR: Secretaria de Estado de Cultura. Consultado em 23 de outubro de 2008 [ligação inativa] 
  45. COARACY, Vivaldo (1955). Memória da cidade do Rio de Janeiro. 1. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora. 584 páginas 
  46. a b Bursztyn, Marcel & Araújo, Carlos Henrique. Da utopia à exclusão: vivendo nas ruas em Brasília. Labor et Fides, 1997. pp. 26–31
  47. IBGE - Censos Demográficos 1991
  48. a b «Tabela 2.7 - População residente, por situação do domicílio e sexo, segundo os municípios – 2010». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Consultado em 29 de agosto de 2014 
  49. «Mais da metade da população vive em 294 arranjos formados por contiguidade urbana e por deslocamentos para trabalho e estudo». IBGE. 25 de março de 2015. Consultado em 18 de junho de 2015 
  50. «Após São Paulo, maiores concentrações são Rio, BH e Recife». Estadão.com.br. 25 de março de 2015. Consultado em 18 de junho de 2015 
  51. a b «Correio Braziliense». Brasília, DF, BR: Diários associados. 11 de julho de 2003. Consultado em 22 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  52. «Flora». Aspectos físicos. BR: Guia de Brasília. Consultado em 22 de novembro de 2008 
  53. «Meio Ambiente». DF, BR: Secretaria de Comunicação da UnB. Consultado em 22 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  54. «Governo». Distrito Federal, BR. Consultado em 22 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  55. «Ambientebrasil». Consultado em 23 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  56. a b «Temperatura Média Compensada (°C)». Instituto Nacional de Meteorologia. 1961–1990. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014 
  57. a b «Precipitação Acumulada Mensal e Anual (mm)». Instituto Nacional de Meteorologia. 1961–1990. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014 
  58. «Chuvas de granizo caem no DF neste sábado e surpreendem brasilienses». Correio Braziliense. 3 de janeiro de 2015. Consultado em 5 de março de 2014. Cópia arquivada em 5 de março de 2014 
  59. Marcelo Pinheiro (9 de abril de 2014). «Chuva, raios e trovoadas em Brasília (DF)». Climatempo. Consultado em 5 de março de 2014. Cópia arquivada em 23 de outubro de 2015 
  60. Graça Adjuto (ed.). «DF entra em estado de atenção por causa da baixa umidade do ar». Agência Brasil. Consultado em 5 de março de 2014. Cópia arquivada em 5 de março de 2014 
  61. a b «BDMEP - Série Histórica - Dados Diários - Precipitação (mm) - Brasília». Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa. Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 7 de fevereiro de 2016 
  62. a b «BDMEP - Série Histórica - Dados Diários - Temperatura Mínima (°C) - Brasília». Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa. Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 21 de abril de 2014 
  63. a b «BDMEP - Série Histórica - Dados Diários - Temperatura Máxima (°C) - Brasília». Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa. Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 21 de abril de 2014 
  64. «BDMEP - Série Histórica - Dados Horários - Umidade Relativa (%) - Brasília». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 22 de agosto de 2014 
  65. Josélia Pegorim (9 de junho de 2015). «Frio pode ser recorde em Brasília nesta quarta-feira». Climatempo. Consultado em 13 de junho de 2014. Cópia arquivada em 13 de junho de 2015 
  66. Bom Dia Brasil (2 de outubro de 2014). «Tornado atinge Brasília pela primeira vez na história e assusta moradores». G1. Consultado em 2 de outubro de 2014 
  67. «Temperatura Máxima (°C)». Instituto Nacional de Meteorologia. 1961–1990. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014 
  68. «Temperatura Mínima (°C)». Instituto Nacional de Meteorologia. 1961–1990. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014 
  69. «Número de Dias com Precipitação Maior ou Igual a 1 mm (dias)». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014 
  70. «Insolação Total (horas)». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014 
  71. «Umidade Relativa do Ar Média Compensada (%)». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 18 de junho de 2014. Cópia arquivada em 4 de maio de 2014 
  72. a b «Tabela 1.4 - População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação - 1872/2010». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Consultado em 29 de agosto de 2014 
  73. a b «Brasília contrasta riqueza e desigualdade após quase 50 anos de existência». Brasil: UOL. Consultado em 15 de outubro de 2010 
  74. a b «Tabela 631 - População residente, por sexo e lugar de nascimento». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Consultado em 29 de agosto de 2014 
  75. «Lista do Corpo Diplomático e Organismos Internacionais». Consultado em 31 de maio de 2011 [ligação inativa] 
  76. «Tabela 1505 - População residente, por naturalidade em relação ao município e à unidade da federação - Resultados Gerais da Amostra». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Consultado em 29 de agosto de 2014 
  77. «Tabela 608 - População residente, por situação do domicílio e sexo - Sinopse». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Consultado em 29 de agosto de 2014 
  78. «DECRETO Nº 7.469, DE 4 DE MAIO DE 2011». Portal da Legislação. Consultado em 21 de setembro de 2014. Cópia arquivada em 21 de setembro de 2014 
  79. PENNA, Nelba Azevedo (2003). A questão urbano ambiental: política urbana e gestão de cidade (Tese de Doutorado). Brasília: Curso de Geografia, Departamento de Geografia, Universidade de Brasília. p. 10 
  80. Gazeta do Povo, ed. (19 de setembro de 2009). «Brasília é a cidade mais desigual». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  81. R7, ed. (18 de janeiro de 2012). «Rio cai 18 posições e é a capital com a 5ª menor taxa de homicídios, diz pesquisa». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  82. Folha de S. Paulo, ed. (22 de abril de 2012). «Com 52 anos, Brasília registra altos índices de violência e desigualdade social». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  83. a b Saulo Araújo (8 de maio de 2013). Correio Braziliense, ed. «Distrito Federal está a um passo de ter a maior favela da América Latina». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  84. «Seleção inaugura palco sem futuro». Gazeta do Povo. BR: RPC. Consultado em 22 de novembro de 2008 
  85. a b «Brasília 45 anos». Correio Braziliense. Brasília, DF, BR: Diários associados. Consultado em 22 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  86. «Áreas nobres sob o manto do medo». Mais comunidade. 31 de julho de 2009. Consultado em 17 de setembro de 2009 
  87. Número e taxas (por 100 mil) de homicídio em municípios com mais de 20.000 mil habitantes.
  88. a b c d e Governo do Brasil, ed. (1988). «Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - Título III, Capítulo V: Do Distrito Federal e dos Territórios». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  89. Câmara Legislativa do Distrito Federal (ed.). «Sobre a Câmara Legislativa». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  90. a b c Supremo Tribunal Federal, ed. (1988). «Constituição do Brasil - Art. 145». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  91. «Prefeitos». A História de Brasília. BR: Info Brasília [ligação inativa] 
  92. Portal Terra, ed. (25 de agosto de 2010). «Por que Brasília não tem prefeito?». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  93. Portal da Transparência - Fundo Constitucional do Distrito Federal
  94. Ao todo, o GDF poderá contar com um orçamento de R$ 37,2 bilhões para o próximo ano
  95. Decreto-Lei nº 311, de 2 de Março de 1938
  96. a b c Governo do Distrito Federal (ed.). «Regiões Administrativas, Datas Importantes e Legislação». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  97. Governo do Distrito Federal (ed.). «Dossiê Regiões Administrativas». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  98. Histórico do município de Planaltina - Goiás
  99. Supremo Tribunal Federal, ed. (6 de março de 2008). «Ação Direta de Inconstitucionalidade 980-0 Distrito Federal». Consultado em 4 de agosto de 2013 
  100. a b c d e «Brasília terá cidade-irmã no Egito». Correio Braziliense. 27 de julho de 2010. Consultado em 1 de abril de 2013. Cópia arquivada em 1 de abril de 2013 
  101. a b c d e «DB-City.com»  Brasília Twin towns, Sister cities (em inglês)
  102. a b c d e f g h i j k l m n «Geminação de cidades Brasileiras». Consultado em 15 de março de 2013. Cópia arquivada em 20 de julho de 2012 
  103. Assessoria Internacional do GDF (2013). «Brasília e Viena tornam-se cidades-irmãs». Consultado em 11 de outubro de 2013 [ligação inativa] 
  104. «Ache Tudo e Região»  Lima, Peru
  105. Jornal Coletivo (2010). «Brasília e Luxor agora são cidades-irmãs». Consultado em 6 de dezembro de 2010 
  106. «Atividades econômicas de Brasília por número de empregados (2012)». Plataforma DataViva. Consultado em 13 de janeiro de 2014 
  107. IBGE. «Tabela 6 - Produto Interno Bruto dos Municípios das Capitais, em ordem de posição - 2014». Portal IBGE 
  108. «Top 50 cities: Cost of living ranking». Worldwide Cost of Living survey 2011 (em inglês). Mercer. 12 de julho de 2011. Consultado em 23 de julho de 2011 
  109. «SP é a 10ª cidade mais cara do mundo para estrangeiros; RJ é a 12ª». Noticias. BR: UOL. 12 de julho de 2011. Consultado em 23 de julho de 2011 
  110. a b «As 20 regiões com lançamentos mais caros do Brasil em 2012». Exame.com. 22 de abril de 2013. Consultado em 10 de setembro de 2013 
  111. Sérgio Ulisses Jatobá. IPEA, ed. «Brasília e sua crescente influência». Consultado em 27 de outubro de 2012 
  112. «Clipping Brasília». Consultado em 6 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  113. Portal de Notícias do Senado Federal, ed. (23 de maio de 2011). «Rollemberg exalta agricultura de Brasília e presta solidariedade às vítimas de naufrágio no Lago Paranoá». Consultado em 27 de outubro de 2012 
  114. CARABALLO, Carolina (21 de janeiro de 2007). O Turista Desorientado. Correio Braziliense, Cidades, pp. 28–29.
  115. Museu Vivo da Memória Candanga
  116. Governo do Brasil (ed.). «Turismo Cívico». Consultado em 21 de setembro de 2013 [ligação inativa] 
  117. Pedro Peduzzi (7 de março de 2011). Folha de S. Paulo, ed. «Visitantes fazem "turismo cívico" em Brasília no Carnaval». Consultado em 21 de setembro de 2013 
  118. «Candango». BR [ligação inativa] 
  119. «Histórico do Município de Formosa-GO». BR 
  120. SILVA, Ernesto. História de Brasília: Um Sonho, Uma esperança, Uma Realidade. Brasília: CDL , 1997
  121. «Tabela 1383 - Taxa de alfabetização das pessoas de 10 anos ou mais de idade por sexo». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Consultado em 10 de setembro de 2014 
  122. «Brasília - Educação». IBGE. Consultado em 7 de julho de 2012 
  123. «Plano diretor físico do campus universitário Darcy Ribeiro» (PDF). UnB 
  124. «Biblioteca de Brasília será 1ª do país com 100% de acervo digital, diz GDF». G1. Consultado em 7 de julho de 2012 
  125. «OFERECER EDUCAÇÃO BÁSICA DE QUALIDADE PARA TODOS». Consultado em 12 de outubro de 2015 
  126. «MÉDIAS POR ESCOLA». 2014. Consultado em 12 de outubro de 2015 
  127. Aeroporto de Brasília bate Galeão e Congonhas e já é o segundo do país
  128. a b «Brasília e Região - Trânsito e Transportes». Anuário do DF. Consultado em 15 de outubro de 2010 [ligação inativa] 
  129. «DENATRAN». Departamento Nacional de Trânsito. Consultado em 11 de maio de 2008 
  130. «Departamento de Trânsito do DF». Consultado em 12 de março de 2007 
  131. a b «Correio Braziliense». Consultado em 12 de março de 2007 [ligação inativa] 
  132. «Estrutura do metrô do Distrito Federal» [ligação inativa]
  133. «Integração metrô/micro-ônibus começa neste domingo» [ligação inativa] 
  134. «Secretaria de Estado de Ttransportes» (PDF) [ligação inativa] 
  135. «Brasília inaugura nova rodoviária». Webtranspo. Consultado em 15 de outubro de 2010 [ligação inativa] 
  136. «Estrutura cicloviária em cidades do Brasil (km)». www.mobilize.org.br. Consultado em 3 de outubro de 2016 
  137. «Serviços de saúde». IGBE. Consultado em 7 de julho de 2012 
  138. «Município: Brasília - DF» (xls). DATASUS. Consultado em 7 de junho de 2012 
  139. «Jornal do Commercio». Consultado em 22 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  140. «Inter Systems» (PDF). Consultado em 22 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  141. «Tribuna do Brasil». Consultado em 22 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  142. «Globo». Consultado em 22 de novembro de 2008 
  143. «JB online». Consultado em 22 de novembro de 2008 [ligação inativa] 
  144. «Bureau Internacional de Capitais Culturais» 
  145. «Capital Brasileira da Cultura» [ligação inativa] 
  146. «Secretaria de Estado de Cultura de Brasília - Museus - Centro Cultural Três Poderes - Panteão da Pátria». Consultado em 28 de abril de 2010 [ligação inativa] 
  147. «Descrição». Memorial JK. Consultado em 15 de outubro de 2010 
  148. «Memorial dos Povos Indígenas». Memorial dos Povos Indígenas. Consultado em 15 de outubro de 2010 [ligação inativa] 
  149. a b «Conjunto Cultural da República». Secretaria de Cultura do DF. Consultado em 15 de outubro de 2010 [ligação inativa] 
  150. «Acervo». Biblioteca Nacional de Brasília. Consultado em 15 de outubro de 2010 
  151. «Museu de Valores do Banco Central». www.bcb.gov.br/?MUSEU. Conhecendo Museus. Consultado em 25 de julho de 2012 [ligação inativa] 
  152. Governo do Brasil. «Teatro Nacional Cláudio Santoro». Consultado em 27 de outubro de 2012 [ligação inativa] 
  153. «Capital Fashion Week». Consultado em 23 de outubro de 2008 
  154. SRZD-Carnaval/DF (26 de agosto de 2013). «Carnaval/DF: saiba como é a festa na capital federal». Consultado em 31 de agosto de 2013 
  155. AgêncDF (17 de fevereiro de 2010). «Escolas de samba do DF levam 75 mil foliões ao Ceilambódromo». Consultado em 28 de dezembro de 2010 [ligação inativa] 
  156. EBC (5 de março de 2014). «Carnaval de Brasília traz influências e ritmos de diferentes regiões». Consultado em 9 de setembro de 2014 
  157. «Brasília Tur» [ligação inativa] 
  158. «Notícia sobre a homenagem que Vladimir recebeu no Festival de Gramado». Consultado em 27 de outubro de 2012 [ligação inativa] 
  159. «45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro». Secretaria de Estado de Cultura. Consultado em 27 de outubro de 2012 [ligação inativa] 
  160. a b Vladimir Carvalho (2011). «Documentário "Rock Brasília: Era de Ouro"». Consultado em 27 de outubro de 2012 
  161. Pedro Brandt (18 de setembro de 2010). Correio Braziliense, ed. «Projeto Cabeças é lembrado hoje em show gratuito no Parque da Cidade». Consultado em 27 de outubro de 2012 
  162. «Porão do Rock» 
  163. «Brasilia Music Festival». Consultado em 24 de outubro de 2008 [ligação inativa] 
  164. «Clube do Choro». Consultado em 24 de outubro de 2008 
  165. Guia de Brasília - Histórico - Memorial do Plano Piloto de Brasília
  166. a b Isis Nóbile (20 de abril de 2010). Uol, ed. «Eixos, setores e quadras: entenda a racionalidade do Plano Piloto». Consultado em 27 de outubro de 2012 
  167. «Veja os recordes do Brasil no Guinness 2006». Folha de S. Paulo. Consultado em 15 de outubro de 2010 
  168. A História de BRASÍLIA: Um pouco sobre Lucio Costa[ligação inativa]
  169. «Os primeiros passos da capital»  SECOM - Secretaria de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB)[ligação inativa]
  170. «A Praça dos Três Poderes». Educacional. Consultado em 15 de outubro de 2010 
  171. Euler de França Belém (27 de outubro de 2012). Revista Bula, ed. «Escritor francês afirma que Oscar Niemeyer é um imbecil» 
  172. «Estudo mostra dificuldades de quem anda a pé em Brasília». Consultado em 27 de outubro de 2012 [ligação inativa] 
  173. Robert Hughes, The Shock of the New, Episode 4: Trouble in Utopia, (1980)
  174. «Sede do Congresso Nacional». Câmara dos Deputados do Brasil. Consultado em 15 de outubro de 2010 [ligação inativa] 
  175. Correio Braziliense, ed. (4 de agosto de 2009). «Burle Marx, o inventor dos jardins modernos». Consultado em 21 de setembro de 2013 
  176. «Palácio da Alvorada». Presidência da República do Brasil. Consultado em 15 de outubro de 2010 [ligação inativa] 
  177. «Palácio do Planalto». Presidência da República do Brasil. Consultado em 15 de outubro de 2010 [ligação inativa] 
  178. «A ESTRUTURA DO PALÁCIO DO ITAMARATY EM BRASÍLIA: ASPECTOS HISTÓRICOS E TECNOLÓGICOS DE PROJETO, EXECUÇÃO, INTERVENÇÕES EM MANUTENÇÃO». Universidade de Porto Rico. Consultado em 15 de outubro de 2010 
  179. «CATEDRAL DE BRASÍLIA: HISTÓRICO DE PROJETO/EXECUÇÃO E ANÁLISE DA ESTRUTURA». Universidade de Porto Rico. Consultado em 15 de outubro de 2010 
  180. «PONTE JUSCELINO KUBITSCHEK - JK». Ministério dos Transportes do Brasil. Consultado em 15 de outubro de 2010 [ligação inativa] 
  181. «Fifa nega ter vetado nome de Mané Garrincha para estádio de Brasília». Consultado em 30 de Maio de 2013 
  182. «Brasília». Consultado em 15 de julho de 2016 
  183. «TURISMO CÍVICO». Consultado em 15 de julho de 2016 
  184. «Aberto de Brasília 2010». Consultado em 22 de julho de 2010 
  185. Novo Basquete Brasil (NBB) (ed.). «Uniceub / BRB / Brasília». Consultado em 21 de setembro de 2013 
  186. Globo Esportes, ed. (30 de setembro de 2009). «Pela quarta vez, Brasil tenta receber os Jogos Olímpicos». Consultado em 21 de setembro de 2013 
  187. O Estado de S. Paulo, ed. (17 de setembro de 2012). «Brasília formaliza candidatura para Universíade/2019». Consultado em 21 de setembro de 2013 
  188. AHE!, ed. (8 de novembro de 2013). «Budapeste desiste e Brasília será candidata única à sede da Universíade em 2019». Consultado em 8 de novembro de 2013 
  189. «Governo insiste, mas Distrito Federal desiste de sediar torneio para poupar quase meio bi». Distrito Federal: ESPN. 21 de janeiro de 2015. Consultado em 8 de março de 2015 

Ligações externas

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikcionário Definições no Wikcionário
Wikiquote Citações no Wikiquote
Commons Imagens e media no Commons
Commons Categoria no Commons
Wikinotícias Notícias no Wikinotícias
Wikivoyage Guia turístico no Wikivoyage
Imagem: Plano Piloto de Brasília A cidade de Brasília inclui o sítio Plano Piloto de Brasília, Património Mundial da UNESCO. Welterbe.svg