General Motors

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General Motors
Logo
RenCen.JPG
Renaissance Center, em Detroit, a sede mundial da GM.
Razão social General Motors Company
Tipo Empresa de capital aberto
Cotação NYSE: GM
Indústria Automotivo
Gênero Incorporation
Fundação 16 de setembro de 1908 (108 anos)
Fundador(es) William C. Durant
Charles Stewart Mott
Frederic L. Smith
Sede Detroit,  Michigan,  Estados Unidos
Área(s) servida(s) Mundo (exceto Coreia do Norte, Cuba, Irã, Sudão e Síria)
Locais 396 instalações em seis continentes
Presidente Dan Ammann
Pessoas-chave Mary Barra (Presidente do conselho de administração e diretora executiva)
Jaime Ardila (Presidente da GM para a região do Mercosul)
Empregados 216,000 (2015)
Produtos Automóveis
Peças de automóveis
Veículos comerciais
Divisões Buick
Chevrolet
Cadillac
GMC
Subsidiárias
Ativos Aumento US$194.52 bilhões (2015)
Lucro Aumento US$9.687 bilhões (2015)
LAJIR Aumento US$5.346 bilhões (2015)
Faturamento Baixa US$152.35 bilhões (2015)
Significado da sigla General
Motors
Website oficial www.gm.com

General Motors Corporation, também conhecida apenas pela sigla GM, é uma multinacional com sede em Detroit, nos Estados Unidos, cuja principal área de negócios é a produção de automóveis.

A GM tem várias marcas no seu portfólio, entre as quais, as quatro marcas originais de automóveis da GM: Buick, Cadillac, Chevrolet, e Pontiac (foi desativada em 2010), além da GMC, que fabrica exclusivamente caminhões, grandes vans (português brasileiro) ou carrinhas (português europeu) e camionetas; e outras marcas, como: Daewoo, Holden, Hummer, Opel (vendida à Peugeot e BNP Paribas)[1], Saturn, e Vauxhall. É dona também, de 50,7% da GM Daewoo e de 34% da Wuling. É ainda parceira da Isuzu. Teve também participação na Lada da Rússia.

A marca Saab foi vendida para a Koenigsegg, mas a GM continuará fornecendo motores e plataformas para a Saab. Não há uma definição de tempo que isso continuará a acontecer, mas será de, no mínimo, cinco anos. A concretização da operação de venda deve acontecer em setembro de 2009 e será parcialmente financiada por um empréstimo do Banco Europeu de Investimento e coassinado pelo governo sueco.[2]

Com toda a sua estrutura operacional e industrial, faz da GM a maior montadora de automóveis do mundo, empregando 252.000 trabalhadores.[3] A empresa foi líder de vendas por 77 anos consecutivos, de 1931 a 2007. Fabrica carros e caminhões em 34 países e comercializa em cerca de 140 países. Em 2008, 8,35 milhões unidades foram vendidas em todo o mundo, sob as suas diversas marcas.

No ranking de vendas de 2016, o grupo contabilizou, entre todas as suas marcas, 10 milhões de unidades vendidas a nível mundial, ficando em 3° lugar. Seus números foram superados apenas pela japonesa Toyota (10,18 milhões ) e a européia, Grupo Volkswagen (10,3 milhões).[4]

História[editar | editar código-fonte]

Origem[editar | editar código-fonte]

Sede da GM de 1923 até 1996.

A montadora de automóveis norte-americana foi fundada em 1908 sendo na altura a empresa proprietária da Buick. No ano seguinte a GM adquiriu as marcas Cadillac, Oldsmobile, Pontiac e a Chevrolet, totalizando mais de 30 empresas até 1930. Em 1923, Alfred Sloan Jr assumiu a presidência do grupo, na altura responsável pela comercialização de 10% no mercado americano. Quando saiu, em 1956 a GM era já a maior montadora de automóveis do mundo.

Na década de 1920, a GM comprou a empresa de carros Yellow Coach, que produzia os populares carros amarelos americanos. Nos anos 1920 e 1930, a GM expandiu-se para a Europa, principalmente para a Alemanha, o que lhe valeu acusações, após o final da Segunda Guerra Mundial, de ter fabricado caminhões que contribuíram para a formação da frota militar nazista. No entanto, os negócios acabaram quando os EUA entraram na guerra contra a Alemanha, em 1941. Durante a guerra, a GM converteu quase todas as suas fábricas para a construção de material bélico. Após o fim da guerra, a produção de automóveis da empresa cresceu muito, com uma série de novos modelos das diferentes marcas do grupo, melhorados por várias inovações técnicas e de design.

No início da década de 1970, a GM lançou um ambicioso programa tendo em vista a remodelação de todos os seus produtos para que se tornassem mais económicos. Assim, os carros passaram a ser mais leves e menores, sem prejuízo do conforto. Em 1984, a GM associou-se à Toyota para produzir um pequeno carro, o Chevrolet Nova, que foi lançado no mercado em 1985. Foi uma aliança até então inédita entre uma firma americana e outra japonesa. Em 1996, a GM foi a primeira montadora a produzir um automóvel elétrico em escala, o EV1. Em 30 de junho de 2006, a General Motors, anunciou que deseja fazer uma aliança com a Renault-Nissan.

Posteriormente a GM entrou em uma fase bastante difícil, em termos mundiais, tendo tido seguidos anos de prejuízo e várias fábricas fechadas devido à produção de veículos que consomem muito combustível, incompatíveis com a forte alta do preço do petróleo. A situação foi agravada após o advento da crise mundial de 2008.

Atualmente a montadora tem redirecionado parte de seus recursos para investir em plataformas de transporte compartilhadas, como o carsharing, através da empresa Maven[5].

Crise de 2008[editar | editar código-fonte]

A crise econômica de 2008 piorou a já crítica situação da empresa, que teve que recorrer à ajuda governamental. A GM recebeu 13,4 bilhões de dólares no final de 2008 para resolver seu problema de liquidez. Assim como a Chrysler, obteve empréstimos do governo dos Estados Unidos, do Canadá e da província de Ontario[6] para evitar a possível falência, em razão da recessão do final dos anos 2000, da alta dos preços do petróleo e da própria crise do setor automobilístico de 2008-2009.

Em 20 de fevereiro de 2009, a divisão Saab da GM apresentou um pedido de concordata a um tribunal da Suécia, para se reorganizar financeiramente e evitar uma futura falência, depois de ter fracassado na tentativa de obter empréstimos do governo sueco.

Ainda no contexto de combate aos efeitos da crise financeira mundial, a General Motors anunciou o encerramento da marca Pontiac. O processo de descontinuação da marca deverá ser concluído até o fim de 2010. A General Motors ainda anunciou que até o fim de 2009, será definido o destino de outras marcas do grupo, como Hummer, Saab e Saturn, que devem ser vendidas ou descontinuadas, tal como a Pontiac.[7]

Rumores de que os próprios executivos da empresa já consideravam utilizar-se da proteção da lei de falências norte-americana (rumores esses posteriormente desmentidos)[8] levaram as ações da empresa a serem negociadas em 6 de março de 2009 nos valores mais baixos desde 1933, chegando a cair 94% no período de 12 meses.

Em 24 de abril de 2009, a GM recebeu [15.4 bilhões de dólares em empréstimos do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, dentro do programa TARP (Troubled Assets Relief Program). O TARP é o principal componente do pacote de medidas do governo americano para combate à crise financeira de 2008-2009, e se destina a promover a compra de ativos e ações de instituições financeiras, visando fortalecer o setor. A GMAC (General Motors Acceptance Corporation), organização que presta serviços financeiros às várias divisões da GM no mundo e é parcialmente (49%) controlada pela GM, também recebeu empréstimos de cinco bihões de dólares dentro do mesmo programa, ao mesmo tempo que a GM recebeu um bilhão de dólares adicional para aumentar sua participação na GMAC.[9] A General Motors do Canadá, 100% controlada pela GM,[10] recebeu a garantia de um empréstimo de C$3 bilhões dos governos do Canadá e da província de Ontario.[6]

Ainda no mês de abril, em meio aos problemas financeiros e esforços de reestruturação, a GM anunciou que iria extinguir a marca Pontiac até o fim de 2010, e concentrar-se em quatro marcas na América do Norte: Chevrolet, Cadillac, Buick e GMC. Anunciou também que a venda das marcas Hummer, da Saab e da Saturn aconteceria até o fim de 2009.[11] Alguns anos antes, a GM já havia eliminado a Oldsmobile pelas mesmas razões.

Em 1º de junho de 2009, a General Motors encaminhou pedido de proteção contra falência, baseado no Capítulo XI - Título XI do Código de Falências dos Estados Unidos - que permite a reorganização de empresas. Na mesma ocasião, apresentou um plano de ressurgir como uma organização menor e menos endividada em poucos meses.[12]

Segundo o plano de reestruturação apresentado à Corte Federal em Manhattan, Nova York, a organização será dívida em duas: a "velha GM", que ficará com as dívidas e os activos de risco; e a "nova GM", muito menor que a actual, mas também muito menos endividada. O Tesouro norte-americano deverá realizar uma nova injecção de capitais públicos, estimada em 30 mil milhões (no Brasil, "bilhões") de dólares.[13]

No pedido apresentado à Corte, foi especificado o valor dos ativos (US$82.29 bilhões) e das dívidas (US$172.81 bilhões) da organização.[14] Em termos de valor total dos ativos envolvidos, a quebra da GM seria a quarta maior da história dos Estados Unidos, depois dos casos Lehman Brothers, Washington Mutual (ambos em 2008) e WorldCom Inc. (em 2006), e a maior da indústria americana.[14]

Lusofonia[editar | editar código-fonte]

Brasil[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: General Motors do Brasil

A General Motors do Brasil (GMB) é a maior subsidiária da General Motors na América do Sul e a segunda maior operação fora dos Estados Unidos.[15] A empresa foi fundada em 1925 e operada em casas alugadas, localizado no bairro histórico de Ipiranga, em São Paulo.[16] Em 2015, completou 90 anos de operação no Brasil.

Portugal[editar | editar código-fonte]

Em Portugal, foi instalada uma fábrica Opel do grupo General Motors em 1963, perto da Azambuja e aí ficou a laborar até 20 de dezembro de 2006, altura em que a produção dos automóveis do modelo Opel Combo foram deslocalizados para Saragoça. Esse encerramento provocou 1.100 desempregados diretos e 400 indiretos.[17][18]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «GM vende Opel a Peugeot e BNP Paribas por 2,2 bilhões de euros». Exame. Abril. 6 de março de 2017. Consultado em 6 de março de 2017 
  2. Notícias Automotivas (16 de junho de 2009). «GM faz o anúncio oficial de que a Saab será mesmo vendida para a Koenigsegg». Noticiasautomotivas.com.br. Consultado em 21 de julho de 2009 
  3. «GM News» (em inglês). Image.emerald.gm.com 
  4. Volkswagen supera Toyota e é líder mundial de vendas em 2016 Portal G1 - Auto Esporte - acessado em 18 de agosto de 2017
  5. «Carsharing - Turbi». Turbi. 3 de maio de 2017 
  6. a b Industry Canada (30 de março de 2009). «The Governments of Canada and Ontario Reject Automakers' Restructuring Plans». Ic.gc.ca 
  7. Agência Estado, 6 de março de 2009.Ações da GM atingem menor nível desde 1933
  8. «GM reitera busca pela reestruturação, mas sem a proteção da lei de falência». UOL Economia. 6 de março de 2009 
  9. USA Today (24 de abril de 2009). «GM gets another $2B in taxpayer loans, expected to scrap Pontiac» (em inglês). Usatoday.com. Consultado em 6 de março de 2017 
  10. Deborah C. Sawyer, The Canadian Encyclopedia. «General Motors of Canada Limited» (em inglês). Canadianencyclopedia.ca 
  11. «GM Accelerates its Reinvention as a Leaner, More Viable Company». General Motors (em inglês). Image.emerald.gm.com. 27 de abril de 2009. Consultado em 6 de março de 2017 
  12. 12:11 p.m. ET. «Obama: GM bankruptcy viable, achievable - Autos- msnbc.com» (em inglês). MSNBC. Consultado em 1 de junho de 2009 
  13. «GM já apresentou pedido de falência». Público (jornal). 1 de junho de 2009 
  14. a b Sandler, Linda; Chris Scinta, Bob Van Voris & Jeff Green (1 de junho de 2009). «GM Files Bankruptcy to Spin Off More Competitive Firm (Update4)». Bloomberg.com. Bloomberg LP. Consultado em 1 de junho de 2009 
  15. «GM troca pela 3ª vez presidente da subsidiária brasileira». O Globo. 19 de dezembro de 2012 
  16. «GM Media Online». Media.gm.com. Cópia arquivada em 18 de abril de 2009 
  17. Leonor Matias (20 de dezembro de 2006). «Opel da Azambuja fecha amanhã ao fim de 43 anos». Diário de Notícias. Consultado em 26 de dezembro de 2011 
  18. «Opel da Azanbuja fecha». SIC Notícias. Videos.sapo.pt. 20 de dezembro de 2006. Consultado em 26 de dezembro de 2011 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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